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Simpósio Temático 02

NARRATIVAS ARQUEOLÓGICAS DA AMAZÔNIA: REFLEXÕES SOBRE A CULTURA MATERIAL, PAISAGENS E A PESQUISA NA CONTEMPORANEIDADE

Proponentes: Eliane Miranda Costa (UFPA), Diogo Menezes Costa (UFPA), Rafael de Almeida Lopes (MAE/USP), Thiago Kater Pinto (MAE/USP)

Debatedoras: Anna Browne Ribeiro - University of Louisville/USA e Márjorie Lima - Museu de Arqueologia e Etnologia/USP

A arqueologia na Amazônia tem uma longa história e tradição. No transcurso desse processo muitas descobertas foram feitas, as quais permitiram a arqueologia contribuir de modo significativo com o desenvolvimento científico da região. Isso significa dizer que o estudo de sítios arqueológicos (pré-coloniais e coloniais), diferentes artefatos, paisagens, memórias e histórias têm possibilitado a arqueologia Amazônida ampliar o debate sobre o modo de vida e a ocupação humana nos mais variados espaços que formam esse território. Durante várias décadas, diferentes perspectivas desenvolveram-se em torno de relações (material e simbólica) entre as pessoas e o seu meio ambiente. Nessa dinâmica o espaço não se configura apenas como uma construção física, mas inclui o social e o político. O espaço pode ser percebido assim como paisagens e construções arqueológicas que atendem a diferentes lógicas e temporalidades. Além das paisagens a relação entre o ser humano e o ambiente foi mediada e forjada pela materialidade, a qual abrange variadas coisas e assume papel ativo na sociedade. Este simpósio tem como principal foco reunir pesquisadores interessados em estabelecer um diálogo sobre os processos históricos, a cultura material, paisagens e a pesquisa arqueológica na Amazônia. O principal objetivo é refletir sobre os distintos saberes e práticas sociais envolvidas na produção da cultura material e da construção do registro arqueológico. A perspectiva também consiste em avançar na discussão referentes a diferentes materialidades e temporalidades, atentando para questionar a história, a memória, o presente etnográfico e “as coisas em ação”. Espera-se com isso levantar novas e abrangentes percepções sobre as coisas arqueológicas para a compreensão e a análise da cultura material. Interessa-se ainda questionar os limites temporais da arqueologia histórica e analisar os marcos teórico-metodológico na construção dos processos culturais, o que inclui questionar o colonialismo e, por conseguinte, as mudanças culturais, econômicas e políticas refletidos no registro arqueológico da cultura material. O simpósio tem interesse ainda em reflexões de ordem ética, social e política da pesquisa, considerando o lugar do pesquisador frente às práticas públicas. Somam-se aqui ponderações humanistas sobre como lidar com os interesses e necessidades acerca do passado pelos pesquisados. Isso inclui o papel da arqueologia como possível mediadora de conflitos, visto nossas práticas científicas atuarem e impactarem o mundo presente.

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