Simpósio Temático 04
A IMPLICAÇÃO DE UMA LONGA TRADIÇÃO A PARTIR DA POCÓ-AÇUTUBA
Proponente: Márjorie do Nascimento Lima - Universidade de São Paulo e Instituto Mamirauá
Debatedor: Márcio Amaral - Instituto de Desenvolvimento Sustentável Mamirauá
Evidências do que aconteceu ao longo da calha do Amazonas por volta do primeiro milênio antes de Cristo tornam-se aos poucos mais recorrentes nos contextos arqueológicos amazônicos. Parte dos fenômenos mais expressivos desse período reúnem aspectos da Tradição Pocó-Açutuba, uma tradição arqueológica de escala continental que é vista em sítios ao longo de toda bacia do rio Amazonas.
Cerâmicas Pocó-Açutuba têm um amplo repertório estilístico, mas são marcadas por uma forte identidade visual. Essas permanências estilísticas são vistas ao longo de um largo período, que se inicia por volta do primeiro milênio a.C. e, se consideradas as datas mais recentes, ocorrem de forma não contínua até o século IX D.C. Além disso, muito desse amplo repertório tem variações em tradições arqueológicas mais recentes que a Tradição Pocó-Açutuba, como a Tradição Policroma da Amazônia ou a Tradição Incisa-Ponteada.
Os contextos em que ocorrem cerâmicas Pocó parecem estar associados com o início de processos mais duradouros de ocupação, parecendo indicar uma lenta ocupação mais permanente de alguns lugares específicos. Algo que parece corresponder ao início do sedentarismo em diferentes espaços ao longo da Amazônia.
Este simpósio tem o intuito de reunir novos dados e refletir sobre o significado dessa Tradição para a longa história de ocupação da Amazônia. São bem vindas contribuições que tratem das cerâmicas Pocó-Açutuba, de modos estilísticos que não estão diretamente associados à cerâmica Pocó, mas que têm semelhança com estas cerâmicas e também trabalhos que tratem das mudanças nas características dos sítios associadas ao primeiro milênio antes de Cristo.