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 Simpósio Temático 06 

UM OLHAR SOBRE A AMAZÔNIA ORIENTAL

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Proponentes: Lúcio Flávio Siqueira Costa Leite - NuPArq/IEPA e João Darcy de Moura Saldanha - NuPArq/IEPA

Debatedora: Mariana Petry Cabral - UFMG

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Desde o levantamento sistemático da Foz do Amazonas por Meggers e Evans (1957), a Amazônia Oriental possui um reconhecido potencial para reconstrução histórico-cultural da ocupação humana na Amazônia, apresentando a mais longa sequência cerâmica da Amazônia, com os primeiros complexos cerâmicos relacionados às cerâmicas Mina e Alaka, datadas de cerca de 6000 anos A.P., e as cerâmicas Aristé, Maracá, Marajoara, Mazagão e Aruã, apresentando evidências de contato com os exploradores europeus (Prous 1992, Neves 2006). No entanto, por muitos anos, a região encontrou-se à margem das principais discussões sobre a ocupação humana na Amazônia devido lacunas de pesquisas arqueológicas, cuja base ainda estava assentada no que foi produzido na década de 50 do século passado. No entanto, desde a criação de instituições locais de pesquisa arqueológica essa imagem está sendo alterada.

Graças ao aumento de trabalhos, tanto de arqueologia acadêmica quanto preventiva, o banco de dados arqueológicos disponível na área tem crescido. Até agora, o conhecimento sobre o Holoceno Médio foi expandido, com o aumento da descoberta de sítios arqueológicos não sambaquieiros relacionados com o período denominado arcaico, datado entre 6000 e 3000 A.P. Uma ocupação mais densa da região, com complexos cerâmicos relacionados ao formativo inicial, foi identificada a partir do início da era cristã (Rostain 2009), e pode talvez ser relacionada às cerâmicas Saladóide-barrancóide. No entanto, é a partir do entorno do século V D.C. que parece haver uma proliferação de culturas arqueológicas ceramistas. Além disto, uma verdadeira explosão de estruturas de construção de terra ou pedra estão relacionadas a esse período. Alguns destes contextos impressionam por sua monumentalidade, como os mounds, os megalitos, as cavernas funerárias e as áreas circundadas por fossos.

Somado a esse panorama, essa região ainda apresenta diversas formas de fruição das populações locais com esses materiais e contextos arqueológicos, situação singularizada nos impactos causados pelas pesquisas, bem como nas interpretações sobre o que denominamos de patrimônio arqueológico.

Desta forma, o presente simpósio pretende reunir trabalhos sobre a ocupação da região leste da Amazônia, propondo discutir dados obtidos nos últimos anos, assim como a relação comunidade e patrimônio arqueológico.

Com isso, buscamos apresentar a Amazônia Oriental como uma das áreas-chave no entendimento histórico pré-colonial da região amazônica, cujas características geográficas e ambientais refletem a alta diversidade cultural e o caráter monumental das ocupações pré-históricas.

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